PONTO GEOCACHING
GC1W864-Cobragança [Mação]
(proximidades)
GC1W5X6-Conheira da Lagoa [Mação]
Por todo o país existem locais enigmáticos, e as designadas 'Fragas do Diabo' (próximo do Caratão) é um desses locais. Os antigos intitulavam este local como 'Fragas do Diabo' pelo facto de existirem estranhas gravuras que não entendiam o sentido… coisas do diabo!
Neste local também apelidado de Cobragança existem gravuras muito antigas, a cerca de 340 metros de altitude, situadas a Sudoeste da aldeia. Gravuras estas da Idade do Bronze Final (1000 a 500 A.C.) que vi pela primeira vez em 1998. Na altura tudo era diferente, estavam encaixadas no meio de grandes pinheiros, lembro-me como se fosse hoje no céu pairava o suspense… existiam fetos e muita caruma e respirava-se natureza.
Nas rochas vi aquelas formas estranhas, que, com todo aquele conjunto natural me pareceu perfeito… decoradas com círculos concêntricos, formas ovais, rectangulares, um desenho que talvez represente uma flor e outros traços que aparentam homens e talvez animais.
Todas elas feitas pelos nossos ancestrais através do método de picotagem, conseguido quando se dá sucessivas pancadas sobre um percutor decorando neste caso a rocha. Estas figuras estão divididas em duas superfícies rochosas de cor avermelhada, hoje a cor encontra-se um pouco alterada devido ás reacções provocadas pelo fogo.
As gravuras foram identificadas na década de 40 do século passado, pelo Dr. João Calado Rodrigues a quem podemos titular como pai do Museu de Mação.
Em 2003 o fogo destruiu a paisagem existente, e as figuras sofreram a primeira grande erosão, as altas temperaturas a que as rochas foram sujeitas colmataram em perdas irreversíveis. Já em 2017 foram sujeitas a outra grande provação, outro incêndio de grandes dimensões.
O meu amigo Gonçalo tirou fotos depois do incêndio, esta fotografia abaixo tirada a 29 de Julho de 2017.
Como podemos ver como as gravuras estavam sujeitas ao perigo, pois o pinhal crescia denso em seu redor, e por mais uma vez passaram por altas temperaturas e a degradação é visível. Na altura o Gonçalo limpou o material que havia em cima das rochas e ficou por ali.
Fonte: RESPIRA NATUREZA GAdy Rui Santos https://respiranatureza.com/2019/01/03/4094/