PONTO GEOCACHING
GC8RN61-#4 PR3-MAC - SOS4 - MEIOS TERRESTRES
Neste local aflora uma sucessão de litologias, onde as camadas se dispõem uma sobre as outras, porém, muito próximas da horizontal.
Na base da sequência ocorrem estratos metassilto-pelíticas maciços com forma esferoidal, intercaladas de camadas de xistos.
Esta sucessão passa verticalmente a uma sequência regressiva, que se inicia por alternâncias de xistos e quartzitos e termina por bancadas espessas de quartzitos.
Os afloramentos da sucessão descrita contêm numerosas descontinuidades, desde verticais a horizontais, consequência da atuação de tensões acumuladas nos maciços rochosos.
É através destas descontinuidades que a água das chuvas começa a escoar, alterando e desagregando, primeiro as camadas de xisto e depois as bancadas mais finas de quartzitos.
Atendendo à organização já descrita, a desagregação das litologias começa de baixo para cima, uma vez que é mais fácil de alterar os estratos finos de xistos e quartzitos que se encontram na base sequência do que as bancadas espessas de quartzitos que ocorrem no topo.
Nas fases iniciais da alteração desenvolveram-se zonas preferenciais para o escoamento da água em profundidade que vão alargando, de forma progressiva para a superfície do maciço rochoso.
À medida que vão crescendo atingem a superfície, contudo, as zonas quartzíticas não são desagregadas facilmente, devido à sua espessura vertical, originando-se arcos por debaixo da qual escoa a água.
Numa fase posterior de evolução, os arcos acabam por se desmoronar, consequência da transposição do limite de carga das bancadas de quartzitos relativamente às que as suportam, produzindo-se um movimento rápido de colapso.
A modelação da paisagem continua até aos dias de hoje, na qual se pode observar duas linhas de água bem marcadas mais largas em profundidade que junto à superfície e fragmentos de quartzitos no seu leito, consequência, do seu colapso.
A nível da flora autóctone, na rota do Carvoeiro pode encontrar uma rara floresta de Azereiros, uma árvore que remonta ao tempo das florestas laurissilva na Europa.
Outras espécies como o folhado, salgueiros, murta, urze roxa, urze lusitana, amieiro e sobreiro podem surgir no caminho. Nas margens das ribeiras pode encontrar o gigante feto-real que quando em condições propícias atinge alturas de 2 a 3 metros de altura. Nestas ribeiras serranas podemos encontrar a rã-ibérica, uma espécie endémica do noroeste da Península Ibérica. Nesta área pode encontrar as 3 espécies de pica-pau existente em Portugal. O peto-verde, o pica-pau-malhado-pequeno e o pica-pau-malhado-grande. Também podemos ser surpreendidos pela rara cegonha-preta ou então por espécies mais comuns como a toutinegra-de-cabeça-preta. Com sorte, pode ainda avistar animais como a corça, o esquilo ou no topo de uma rocha o solitário melro azul.
De referir a existência de uma geologia diversa com a presença das Dobras do Aziral e das estruturas sedimentares em bola de Balancho. Estas estruturas têm sido relacionadas com o movimento de glaciares, quando esta região se situava junto ao pólo sul! Destaca-se também a Fraga dos Degolados que se formaram, também, quando toda esta região estaria localizada no hemisfério sul da Terra.