PONTO GEOCACHING
GC8RN61-#4 PR3-MAC - SOS4 - MEIOS TERRESTRES
PONTO 1: 39.605863, -7.933127
Neste geossítio aflora uma sucessão de litologias do Silúrico (Formação de Vale da Ursa), onde as camadas se dispõem uma sobre as outras, porém, muito próximas da horizontal.
Na base da sequência ocorrem estratos metassilto-pelíticos maciços com forma esferoidal, intercaladas de camadas de xistos. Esta sucessão passa verticalmente a uma sequência regressiva, que se inicia por alternâncias de xistos e quartzitos e termina por bancadas espessas de quartzitos. Os afloramentos da sucessão descrita contêm numerosas descontinuidades, desde verticais a horizontais, consequência da atuação de tensões acumuladas nos maciços rochosos. É através destas descontinuidades que a água das chuvas começa a escoar, alterando e desagregando, primeiro as camadas de xisto e depois as bancadas mais finas de quartzitos.
Atendendo à organização já descrita, a desagregação das litologias começa de baixo para cima, uma vez que é mais fácil de alterar os estratos finos de xistos e quartzitos que se encontram na base sequência do que as bancadas espessas de quartzitos que ocorrem no topo.
Nas fases iniciais da alteração desenvolveram-se zonas preferenciais para o escoamento da água em profundidade que vão alargando, de forma progressiva para a superfície do maciço rochoso. À medida que vão crescendo atingem a superfície, contudo, as zonas quartzíticas não são desagregadas facilmente, devido à sua espessura vertical, originando-se arcos por debaixo da qual escoa a água. Numa fase posterior de evolução, os arcos acabam por se desmoronar, consequência da transposição do limite de carga das bancadas de quartzitos relativamente às que as suportam, produzindo-se um movimento rápido de colapso.
A modelação da paisagem continua até aos dias de hoje, na qual se pode observar duas linhas de água bem marcadas mais largas em profundidade que junto à superfície e fragmentos de quartzitos no seu leito, consequência, do seu colapso.
PONTO 2: 39.607130, -7.935623
Bancadas arenosas caracterizadas por cor branca, de composição micácea e desorganizadas. Apresentam-se normalmente maciças com ténues, ou mesmo ausentes, traços de estratificação. Associados a estas bancadas ocorrem dobras sin-sedimentares, slumps e estruturas de escape de água.
Estas bancadas desorganizadas são restritas a estratos localizados na parte inferior de uma sucessão regressiva, integrada na Formação de Vale da Ursa, do Silúrico. Têm sido interpretadas como resultante do transporte fluidizado em massa, em consequência, do rápido degelo dos glaciares.
A nível da flora autóctone, na rota do Carvoeiro pode encontrar uma rara floresta de Azereiros, uma árvore que remonta ao tempo das florestas laurissilva na Europa.
Outras espécies como o folhado, salgueiros, murta, urze roxa, urze lusitana, amieiro e sobreiro podem surgir no caminho. Nas margens das ribeiras pode encontrar o gigante feto-real que quando em condições propícias atinge alturas de 2 a 3 metros de altura. Nestas ribeiras serranas podemos encontrar a rã-ibérica, uma espécie endémica do noroeste da Península Ibérica. Nesta área pode encontrar as 3 espécies de pica-pau existente em Portugal. O peto-verde, o pica-pau-malhado-pequeno e o pica-pau-malhado-grande. Também podemos ser surpreendidos pela rara cegonha-preta ou então por espécies mais comuns como a toutinegra-de-cabeça-preta. Com sorte, pode ainda avistar animais como a corça, o esquilo ou no topo de uma rocha o solitário melro azul.
De referir a existência de uma geologia diversa com a presença das Dobras do Aziral e das estruturas sedimentares em bola de Balancho. Estas estruturas têm sido relacionadas com o movimento de glaciares, quando esta região se situava junto ao pólo sul! Destaca-se também a Fraga dos Degolados que se formaram, também, quando toda esta região estaria localizada no hemisfério sul da Terra.