PONTO GEOCACHING
(proximidades)
GC52K1R-Rota das Fontes-Fonte da Torre do Relógio [Mação]
Orago: Nossa Senhora da Conceição
Protecção
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978
Igreja paroquial tardo-gótica e maneirista, de grandes dimensões, com três naves cobertas por tecto em madeira, capela-mor abobadada; fachada de empena angular, com torre sineira adossada saliente. Sinais do gótico final no remate da torre sineira, com o seu coroamento de merlões de remate pentagonal e coruchéu prismático. Portal de feição tardo-renascentista; espacialidade maneirista, mantendo embora estrutura característica da arquitectura gótica. A torre sineira, com o seu coroamento de merlões de remate pentagonal, poderá ter funcionado como torre vigia, a par da torre vizinha dos antigos Paços do Concelho, no antigo Largo da Praça.
Descrição
Planta longitudinal composta pelo corpo da nave a que se adossa a capela-mor ladeada por sacristias, a torre sineira do lado oposto. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhado com beiral, com cruz na empena, coruchéu piramidal rematando a torre sineira, rematada por merlões de perfil pentagonal e pináculos sobre acrotérios. Fachada principal virada a SE., com empena triangular, parcialmente encoberta pelo volume saliente da torre sineira, do seu lado esquerdo, com contraforte prismático adossado no lado oposto; no eixo central rasga-se o pórtico rematado por frontão curvo, ladeado de aletas, e um pequeno óculo abaixo da empena; a torre sineira é rasgada por 4 janelões sineiros, de verga em arco redondo. Fachadas laterais, com cimalha envolvente, simetricamente rasgadas por 1 porta de vão rectangular moldurada e 2 janelas de verga recta e enxalço profundo. Na cabeceira, os volumes desiguais das sacristias, de 2 pisos do lado direito, de 1 piso do lado oposto. No interior 3 naves de 5 tramos, divididas por arcos de volta perfeita sobre altas colunas toscanas; coro-alto ocupando o 1º tramo; arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras toscanas; tectos em madeira de 3 planos. Capela-mor coberta por abóbada de berço. Retábulos em talha dourada e fundo marmoreado, em estilo nacional, na capela-mor, altares colaterais e laterais na nave. Azulejos de padrão, polícromos, seiscentistas, cobrem as paredes na zona dos altares colaterais e laterais e o interior da nave central, enquadrando pequenos quadros devocionais com temas da vida de Cristo e da Virgem; sobre o altar colateral da Epístola uma representação do tema da Árvore de Jessé; no topo do alçado lateral da nave do mesmo lado, sobre o altar lateral, um painel com a representação de S. João Baptista, datado de 1644; pequenos painéis azulejares com a representação de cruzes, feitos de recortes dos azulejos da nave, revestem as paredes nuas da nave. Frontal do altar-mor representando a última ceia de Ghirlandaio, adaptação de Battistini, datado de 1931. Púlpito em forma de cálice sobre coluna, sem escada de acesso. Guarda-vento em madeira e coro-alto com balaustrada também em madeira *1.
Cronologia
1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja taxada com a de Amêndoa em 350 libras; pertence à Ordem de Santiago e integra o termo de Abrantes e o bispado da Guarda: 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra a Diocese da Guarda, anexa a Santa Maria do Castelo de Abrantes; 1585, 05 Abril - autorização régia para lançamento de uma finta para a reconstrução da igreja; contrato para a execução da igreja matriz, obra arrematada por 650$000; 1597 - conclusão das obras, segundo data gravada no tímpano do portal, certamente utilizando estruturas de anterior edifício - a torre sineira, coroada por merlões chanfrados, é certamente uma sobrevivência de construção anterior; 1600, 10 agosto - Filipe II perdoa ao arquitecto (Pedro Sanches) por ser "velho e pobre" a pena de cadeia a que fora condenado por não ter acabado a Igreja da Conceição de Mação, com a obrigação de a acabar; 1644 - revestimento azulejar, segundo data inscrita num dos painéis de azulejos; 1825 - várias obras de reconstrução, a seguir a um incêndio.
(Fonte: DGPC – Direção Geral Património Cultural http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2072)