PONTO GEOCACHING
GC4GMY8 - Antigas Termas da Fadagosa [Mação]
(proximidades)
GC7KF5N - Moinho da Fadagosa
GC7KFC7 - 🌳 🌲 Paraíso Perdido 2 🌲 🌳
EM RUINAS
Indicações
Reumatismo e doenças de pele
Tratamentos/ caracterização de utentes
Era sobretudo frequentada por residentes na região, de origem rural ou da pequena vila de Mação.
Teresa Perdigão (Pública 29/9/96). “ São já clientes habituais os que para aqui se deslocam há anos. Também estes pacientes tomam os seus banhos em número impar por dia e fazem o «suadoiro» depois da imersão. O suadoiro é assim: embrulham-se em lãs e cobertores, deitam-se um bom par de horas, não apanham frios nem correntes de ar e passadas duas semanas «vão-se embora como novos». É o «recocar» do banho.
Deixam mazelas e queixumes, levam reconforto, muita tranquilidade e forças para recomeçar as fainas agrícolas. Mas há quem, depois deste tratamento, não apresente melhoras. Antes pelo contrário «E aí é que está o mal! As pessoas vão apanhar aqueles pós do milho e dos fenos e depois ficam piores», assim explica a sogra de Maria Benvinda, conhecedora destes segredos que foi aprendendo e vendendo.
Instalações/ património construído e ambiental
A emergência de água localiza-se por detrás do edifício que servia de Balneário e Hospedaria, nas antigas hortas, num poço coberto sobre o qual foi construído a casa da bomba, com motor a gasolina.
O edifício é de planta rectangular (7 x25 m), de dois pisos, na fachada, mas com caves na face voltada para a horta (o lado maior), no topo desta construção esta anexada outra de um só piso, com 6 portas, actualmente cheia de sucata, eram possivelmente o primitivo balneário, de finais do séc. XIX ou inícios do XX.
O edifício actual, tem dois períodos de construção o piso inferior, deverá ser da década de 20, sendo o piso superior dos anos 50. Foi impossível ver o seu interior, mas pareceu-me todo ele dedicado a hospedaria, tendo 6 janelas nos lados maiores, o que deverá corresponder a 24 divisões internas. Os banhos devem-se localizar na parte cave voltada para a horta, e serão seis conforme o número de frestas existentes.
Fazendo ainda parte do património termal construído, temos uma pequena capela, antecipada por uma curta escadaria, é uma construção sem nenhuma característica exterior.
Mas todo isto se passa no meio de um parque de sucata, com barracões de chapas de zinco a baterem ao vento, automóveis esventrados e empilhados, num recanto de um vale de ambiente bucólico.
Natureza
Sulfúrea sódica (Calado, 1995)
Alvará de concessão
Alvará de concessão de 28 de Julho, 1898.
Declarada abandonada em 26 de Julho de 1933.
Alvará de concessão de 16/2/1938 a favor de Silvério Lopes.
Historial
Lopes (1892), chama-lhes Casas da Ribeira ou Caratão “ junto da ribeira de Eiras, brota uma água sulfúrea, ainda não estudada…”
Orey (1897) no seu relatório de reconhecimento chamou-as de Fadagosa e Mação, e diz que o edifício dos banhos existe há muito tempo, foram ampliados pelo então proprietário, informa que as duas nascentes brotam dentro do edifício e alimentam “ dez banheiras … feitas em alvenaria e forradas de azulejo, estão todas munidas de torneiras de água quente e fria e […] o proprietário também tem tido o cuidado de reservar uma as banheiras para uso exclusivo de indivíduos atacados de moléstias contagiosas” (cit. Acciaiuoli, 1944, IV, 136-39).
Em 1932 num Relatório da Inspecção das Águas, citado por Acciaiuoli (1944, IV, 138) o antigo proprietário tinha vendido tanto o balneário como os terrenos em volta a Artur Marçal de Abrantes por volta de 1918, este por sua vez passado uns anos vendeu a Henrique Rodrigues Paisana do Caratão, que explorava a parte agrícola da propriedade, residia no antigo balneário, que entretanto já tinha sido vitimado por dois incêndios: “…dispondo de algum quarto para o raro banhista que apareça e tendo noutro uma banheira de zinco pintada, onde tem ministrado banhos”. Descreveu depois a captação das duas nascentes, a dos banhos captada num poço sem cobertura de onde a água “é extraída em baldes de ferro zincado por meio de picota, a uns 20 metros fica outro poço de água mineral, separado do primeiro por um campo de milho, seguramente estrumado e portanto estando as águas em condições de facilmente serem inquinadas […] Pode-se dizer, portanto, com segurança, que o balneário da Fadagosa de Mação já não existe
Na revista Pública, Teresa Perdigão publicou um artigo, com o título “Portugueses vão para as termas” em 29 Setembro 1996. A autora faz uma descrição de várias termas de uso popular entre elas A Fadagosa de Mação, onde se pode ler-se. “… Foi em 1921 que o avô do senhor Mário marido de Benvinda, comprou em hasta pública, as termas e algum terreno à volta. Ainda hoje o território é pertença da mesma família, que todos os anos, durante a época termal, se instalam de armas e bagagens na Fadagosa. O negócio é simples, quartos para alugar, banhos e refeições para servir”
Quando da Visita ao local foi impossível encontrar alguém, mesmo em Vale Grou, a povoação mais próxima, a única pessoa encontrada, não era o informador ideal, por deficiência. Portanto as únicas conclusões de ordem histórica são deduzidas do património construído.
Um primeiro balneário, talvez ainda em finais do séc. XIX. A construção de um segundo balneário e hospedaria na década 1920-30, ampliado nos anos 50.
Fonte: www.aguas.ics.ul.pt