PONTO GEOCACHING
GC8Z39V-GEOSSITIO MEANDROS ATUAIS RIBEIRA BOAS EIRAS (PR4)
Aproveitando a água da Ribeira de Boas Eiras, situava-se neste local o Moinho do Lercas e a cerca de 100 metros a Mina de Água da Horta da Ribeira (antiga Mina do Ti Antero).
Moinho do Lercas
Na Ribeira de Boas Eiras, situado na Zona conhecida por Poço do Pombal, este moinho de transformação dos grãos do trigo, milho ou centeio em farinha, de roda horizontal, tal como os muitos outros existentes ao longo da mesma ribeira, quer para montante, quer para jusante, aproveitava a Acão da água como força motriz para promover o movimento da engrenagem de moenda.
O movimento da roda horizontal, acionava a mó móvel e esta , por sua vez, promovia a trituração dos grãos entre si e a mó fixa.
A água necessária ao funcionamento de todo o equipamento era desviada, a montante, para uma levada que tinha início no açude construído de margem a margem da ribeira, obstruindo a livre circulação da água pelo veio central e encaminhando-a para a referida levada que, por sua vez, a trazia até à roda horizontal do moinho, peça essencial e coração de toda a engrenagem.
Não é conhecida a data da construção do moinho, no entanto pelo que é dado saber, quer por data inscrita numa das paredes da propriedade, pelo então proprietário –1893 -e em data anterior, na sinalização que é feita, em mapa da região de Abrantes, por Wellington, em 1810, quando da Terceira Invasão Francesa. trata-se de equipamento construído muito provavelmente no Séc. XVIII.
Mina de Água da Horta da Ribeira (antiga Mina do Ti Antero)
Na vertente ocidental da ribeira de Boas Eiras, junto à Azenha do Lercas, pode observar-se um filão, relativamente extenso, com direção paralela ao traçado da referida ribeira. Está inclinado para ocidente cerca de 45º, ou seja, para dentro do maciço rochoso.
Este filão tem a particularidade de intersetar numerosas descontinuidades, que estão contidas na unidade de metagrauvaques e de micaxistos por onde circula água. O corpo do filão ácido funciona como uma barreira ao escoamento de água, daí que no contato entre as duas unidades, já expressas, a água escoe muito mais facilmente.
De forma a aproveitar esta situação, os agricultores dos campos vizinhos construíram galerias horizontais transversais ao filão ácido para aproveitar a referida água para a agricultura. Como é o caso da Mina de Água da Horta da Ribeira (antiga Mina do Ti Antero), junto à Azenha do Lercas.
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Os moinhos de água foram introduzidos no atual território português pelos romanos como provam os vestígios materiais encontrados.
Difundiram-se em larga escala, nos séculos seguintes, por influência dos «senhores» quer laicos quer religiosos. Este investimento senhorial em moinhos hidráulicos está associado por um lado à emancipação e êxodo dos camponeses e por outro ao movimento das arroteias, ou seja, à expansão das áreas agrícolas.
Em Portugal encontram-se dois tipos de moinhos de água, os de roda horizontal ou rodízio, denominados de azenhas do árabe acenia.
De roda horizontal são também os moinhos de maré, menos frequentes no espaço português.
(Fonte: snirh.apambiente)