Percurso Homologado - Federação Campismo e Montanhismo de Portugal
Recomenda-se extrema atenção ao calor no Verão
PONTO GEOCACHING - INICIO/FIM PR3
GC1FHBX- Praia Fluvial de Carvoeiro
O Local
3000 - Praia Fluvial do Carvoeiro
Percurso
Enquadrada na freguesia com o mesmo nome, a Rota do Carvoeiro percorre parte do planalto norte do concelho de Mação, entre povoados antigos e a bonita praia fluvial, e permite desfrutar em pleno das cores, sons e cheiros da natureza. Para quem procura uma certa introspeção, esta é a rota ideal. É provável que, chegado ao final, lhe apeteça repetir.
A rota começa na belíssima Praia Fluvial de Carvoeiro, a mais galardoada em todo o Médio Tejo (Bandeira Azul, Bandeira Praia Acessível e Qualidade de Ouro, esta última atribuída pela Quercus), e segue em direção à pequena aldeia de Capela. Quem ali chega não fica indiferente aos campos cultivados e aos produtos que crescem viçosos nas hortas ao redor durante todo o ano.
Neste ponto do percurso o pedestrianista poderá optar por seguir rumo à aldeia da Maxieira (percurso longo) ou com destino ao lugar de Balancho (percurso curto).
Se optar pelo caminho mais curto, após a passagem no ponto mais a oeste desta rota, o caminhante virará então a este seguindo, primeiro até à aldeia abandonada da Laje e passando depois por Sanguinheira e Frei João, dois lugares repletos de memórias, usos e tradições antigos, sobretudo ligados ao pinhal e à agricultura.
Por outro lado, seguindo o percurso longo, o esforço será compensado pelo avistamento das Fragas de Degolados, imponente formação rochosa que permite uma vista magnífica sobre o Vale do Aziral.
Esta é uma rota recomendada para os amantes do BTT já que todo o percurso é ciclável.
Património Natural
A nível da flora autóctone, na rota do Carvoeiro pode encontrar uma rara floresta de azereiros, uma árvore que remonta ao tempo das florestas laurissilva na Europa e também espécies como salgueiros, murta, urze roxa, urze lusitana, amieiro, folhado e sobreiro, entre outras. Já nas margens das ribeiras, e há vários cursos de água nesta zona do concelho, pode encontrar-se o feto-real que, quando em condições propícias, pode medir até 3m de altura.
Quanto a fauna, é vulgar encontrar nestas ribeiras serranas a famosa rã-ibérica, uma espécie endémica do noroeste da Península Ibérica, ilustre habitante de nascentes e rios, sobretudo os de águas límpidas, frias e rápidas.
Já no ar pode encontrar as 3 espécies de pica-pau existente em Portugal: o peto-verde, o pica-pau-malhado-pequeno e o pica-pau-malhado-grande. O caminhante pode também ser aqui surpreendido pela rara cegonha-preta ou por espécies mais comuns como a toutinegra-de-cabeça-preta. Com sorte, pode ainda avistar animais como a corça, o esquilo ou, no topo de uma qualquer rocha, o solitário melro-azul.
Destaque, por fim, para a existência de uma geologia diversa com a presença das Dobras do Aziral e das estruturas sedimentares em bola de Balancho. Estas estruturas têm sido relacionadas com o movimento de glaciares quando esta região se situava junto ao pólo sul. Segundo os especialistas, também as Fragas dos Degolados se terão formado quando toda esta região pertencia ainda ao hemisfério sul.
Património Cultural
Salientam-se aqui as construções de arquitectura tradicional nas aldeias que integram a rota e as ruínas do pequeno povoado da Laje. Construída sobre uma enorme lage, a aldeia chegou a ter vários moradores, que há muito abandonaram o campo e as casas. Aquando da observação atenta das paredes e muros das casas nota-se que a maioria dos blocos são característicos da unidade geológica que lhes serve de suporte à construção. A memória popular conta que em tempos a propriedade pertencia a uma única família, entretanto desavinda por questões de heranças após a morte do patriarca. Dizem os locais que a solução passou pela divisão da propriedade, razão pela qual ainda hoje se podem observar duas casas em ruínas de maiores dimensões.
À volta, dependendo da estação do ano, podem ver-se campos cultivados com milho verde, que os locais aproveitam para pasto, a grande fonte de alimentação do gado durante os meses mais frios. O regadio é feito com água proveniente de uma grande lagoa que existe por perto. Quem se aventurar pelo interior das ruínas descobrirá, além de fornos, várias estruturas de apoio à agricultura, provavelmente a principal fonte de rendimento desta família, como tanques e eiras.